segunda-feira, 31 de maio de 2010

Marketing Flash Mob - A essência para Resultados - T-Mobile


Falando em Flash Mob, mais uma prova que a solução para negócios (e tudo mais) no século XXI não são produtos e serviços, são as pessoas e suas experiências. 

A emoção associada à marcas que criam e compartilham experiências com seus stakeholders filtrará de forma imperdoável quem fica e quem sai do mercado.

Será que essas 13.500 pessoas um dia vão esquecer isso? (além das milhões atingidas pelo marketing viral dessa ação).


Dica BM livro: O Culto da Emoção

 

Marketing Flash Mob - Os 5 melhores flash mobs de todos os tempos

Lista com os 5 melhores flashmobs de todos os tempos eleitos por Julian Cole, Digital Strategist da agência (coletiva) australiana The Conscience Organisation .  Vale a pena.

5. Valentines Day Pillow fight (guerra de travesseiros no ‘dia dos namorados’)
Um dos primeiros registrados no youtube, de 2006. 



4. The T-Mobile Dance 
A T-Mobile foi a primeira marca a se apropriar da prática. A ação abaixo levou Leão de Bronze de Titanium & Integrated no Cannes Lions 2009 e seus registros em vídeo o tornaram um dos principais virais de todos os tempos. (O melhor na escolha do BM)



3. Frozen Grand Central
Foi um dos primeiros flashmobs a conquistar sucesso de massa, no início de 2008. E responsável por tornar famoso o grupo Improv Everywhere.



2. Black Eyed Peas no programa da Oprah 
O maior flash mob de 2010. 



1. Eurovision 2010 
Sincronia?



Fonte:http://www.chmkt.com.br

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Cultura + Atitude = Estante Virtual


A Democratização dos livros 

A Estante Virtual foi criada há 5 anos com o objetivo de disponibilizar tecnologia de comércio eletrônico para a comunidade de sebos e livreiros. E o que aconteceu foi uma verdadeira revolução na forma de comercialização de livros de usados no nosso país.
O portal reuniu, em uma mesma estante, o acervo de centenas de sebos e leitores - que também podem colocar seus livros à venda, criou um sistema de busca e compra de livros usados inédita na internet brasileira e contribuiu para a informatização e, consequentemente, para uma melhor organização dos sebos. Através de um projeto pioneiro de divulgação, tem apresentado para o grande público a riqueza de autores e títulos disponíveis no mundo dos sebos, um mercado em visível modernização e com grande variedade de livros seminovos.
Toda esta inovação é fruto da visibilidade na internet que a Estante Virtual possibilitou aos sebos e livreiros. Hoje, os leitores têm, ao alcance de um clique, acesso a milhares sebos de todos os estados do país. Portanto, podem encontrar e comprar, com facilidade, qualquer livro, em qualquer sebo, em qualquer lugar.
Muito mais do que um projeto de tecnologia, mesmo sendo uma referência em comércio eletrônico, a Estante Virtual é, acima de tudo, um instrumento comercial que ajuda os leitores a encontrarem o livro que procuram e os livreiros a venderem e renovarem constantemente os seus acervos.

Há cinco anos o carioca André Garcia teve uma ideia simples e inovadora: criar um portal de busca e compra de livros. Hoje, enquanto a maioria dos empresários se apavora com o caos econômico, ele planeja dobrar seu faturamento.

A Democratização

A Estante Virtual acredita que a verdadeira democratização da leitura acontece quando o leitor tem a sua disposição condições reais para escolher o livro que realmente deseja ler. E essa escolha só é possível em um universo que ofereça preços baixos e fácil acesso a uma grande diversidade de títulos. A Estante Virtual oferece tudo isso:


Preço
Livros até R$ 5 – 1/2 milhão
Livros até R$ 12 – 2,5 milhões
Livros até R$ 20 – 4 milhões
74% do acervo até R$ 20



Acesso 
Um país de sebos ao alcance do mouse.


Diversidade
Variedade inédita de títulos.

Troca de livros
Livros a custo zero. 
Programa Nacional de Troca de Livros, com 148 sebos participantes em 59 cidades: http://www.estantevirtual.com.br/programadetrocas


terça-feira, 25 de maio de 2010

Business - Mast Brothers Chocolate


Piensa Globalmente. Actua Localmente.
A fábrica de chocolate dos irmãos Mast fica a um passo do Canal do Brooklyn. Talvez o termo “fábrica” possa ser enganoso, porque o chocolate é feito à mão em cuidadosos lotes, com cacau proveniente de pequenas cooperativas ao redor do mundo como Madagascar, Venezuela, República Dominicana e Equador.
São os irmãos Mast que produzem, pessoalmente, cada chocolate. Rick é pianista e Michael, antes de ser um “handcrafting chocolate”, passou muitos anos trabalhando para filmes independentes e para a televisão em Nova York. Antes, fazer chocolate era um disciplinado hobby, mas nos últimos anos ele combinou sua paixão pelo cacau, viagens e fotografia com passagens pela América Central e África.


Pesquisa laboriosa para encontrar a melhor matéria-prima, embalagens simples com design sofisticado, cuidado especial na produção do produto final e a bagagem cultural de dois irmãos antenados na revolução econômica em que vivemos, fazem desse negócio um bom exemplo “craft”, um conceito ainda pouco conhecido no Brasil.
Cada vez mais o conceito de empresa local com competência de agregar valor aos seus clientes e com visão sistêmica de atingir o mundo plano (global) deixa de ser tendência para ser realidade. O qualitativo, o refinado, a especialidade, o cuidado com detalhes, seja no design da embalagem ao posicionamento (neste caso, ser visto como um chocolate antigo, clássico, quase para produção pessoal) evolui para a Web 3.0. O mundo é plano, dude, mas pra quem tem visão. 

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Músicas - Cibelle - The Shine Of Dried Electric Leaves - 2006


Estilo: Nu Jazz/ Downtempo/ Bossa Nova

Músicas - Broken Social Scene - Lo-Fi For The Dividing Nights - 2010

Estilo: Lo-fi / Downtempo
Download Torrent: http://migre.me/I3iI

Atitude - Playing For Change - Sounds Around The World




Reza a lenda que o engenheiro de som Mark Johnson caminhava por uma estação do metrô de Nova York a caminho to trabalho, quando se deparou com a seguinte cena: dois monges, vestindo túnicas brancas. Um deles tocava violão com cordas de nylon, e outro cantava. Uma ‘platéia’ com cerca de 200 pessoas acompanhava a apresentação. Mark percebeu que algumas se emocionavam e não continham as lágrimas. Outras tantas, riam e interagiam com o som.

Mark então teve a idéia: reunir músicos de rua de diversos lugares do mundo, cantando a mesma canção. “Vi ali a incrivel habilidade que a música tem de aproximar as pessoas. Poucos entendiam as letras ou mesmo a língua, mas todos sentiam o poder da música. Então percebi que uma boa parte da melhor música que eu ouvia se encontrava na rua, no caminho do estúdio onde eu trabalhava. Decidi então montar um estúdio de gravação móvel e procurar pelos momentos de música e inspiração onde eles estivessem”, contou o produtor.


Foi ali, naquela estação de metrô e perante aqueles monges e aquelas pessoas, que nasceu o projeto ‘Playing for Change‘ (Tocando por Mudança, em tradução livre). Mark então firmou uma parceria com a Concord Music Group e saiu pelo mundo, levando consigo alguns colaboradores e todo seu aparato técnico.

As imagens reúnem brancos, árabes e muçulmanos, violoncelistas europeus e percussionistas indígenas, enfim, pessoas de diversos lugares do mundo, cada um em seu ‘habitat’, interpretando hinos pop de paz, tolerância, amor e apelos por um mundo melhor.

Os registros renderam um pequeno documentário, em 2003. Porém, Mark recebeu outra inspiração, quando caminhava por uma rua na Califórnia: “Eu estava em Santa Monica, Califórnia, quando ouvi Roger Ridley cantando ‘Stand by me’ a um quarteirão de distância. Corri para assistir ao fim de sua apresentação e nunca mais fui o mesmo. Sua voz, alma e paixão nos levaram a buscar pelo mundo outros músicos para adicionar à sua gravação”, lembra o produtor.

Ele percebeu então que o projeto poderia ser muito mais abrangente. À gravação de ‘Stand by me’, o produtor adicionou mais 35 músicos de todo o mundo. “Eles nunca se encontraram, mas conversam atavés da música”.

O DVD abre com a voz de Ridley e seu violão, interpretando ‘Stand by Me’, imortalizada na voz de John Lennon. O segundo a aparecer me emocionou: Grandpa Elliott, um negrão de Lousinana, com barbas brancas e deficiente visual, com uma voz de arrepiar e um sentimento inexplicável ao cantar e tocar gaita.

A interpretação conta ainda com as congas do espanhol Django ‘Bambolino’ Degen, o violoncelo do russo Dimitri Dolgonov, o coral sul-africano Sinamuva e o cavaquinho do brasileiro – o único do projeto em meio aos mais de cem músicos participantes – Cesar Pope. “Encontramos Cesar Pope em Barcelona. Sua energia era tão positiva que nos tornamos amigos instantaneamente. Amamos música brasileira, e esse foi o primeiro passo para aprendermos mais sobre ela”, disse Mark Johnson.

O DVD ainda conta com interpretações fascinantes de ‘One Love’, ‘War / No More Trouble’ (todas de Bob Marley, de quem Mark é fã assumido), ‘Talkin’ Bout a Revolution’ (Tracy Chapman), ‘A Change is Gonna Come’ (Sam Cooke). O repertório segue uma filosofia fincada em temas pacíficos e mudança.

Destaque para as participações do Coral Sinamuva, e para a linda israelense Tula, com uma belíssima e um jeito delicado, e para o citarrista Tara Bir Tuladhar, do Nepal. O vocalista do grupo irlandês U2, Bono Vox, participa na faixa ‘War / No More Trouble’. Sempre engajado em causas sociais, Bono é o único ‘famoso’ que aparece nos vídeos. A faixa ainda mescla, em perfeito sincronismo, imagens do próprio Bob Marley cantando a música.

O projeto ‘Playing For Change’ se transformou em uma fundação, que tem por objetivo conectar o mundo através da música, além de apoiar projetos inspirados nas comunidades exibidas no documentário inicial. Em Gugulethu, na África do Sul, a Fundação construiu uma escola onde os jovens têm acesso à musica, tecnologia e informação.

Na Índia, em Dharamsala, e no Nepal, emm Kathmandu, a Fundação construiu centros para refugiados do Tibet. Além disso, a Fundação ‘Playing For Change’ firmou uma parceria com os poetas sul-africanos Lesego Rampolokeng e Bobby Rodwell, para a construção do Mehlo Arts Center, em Joahnnesburgo. Trata-se de um centro de artes que funciona como uma escola para futuros escritores locais.

Stand By Me


One Love



Chanda Mama




Bring It On Home



domingo, 23 de maio de 2010

Marketing / Posicionamento - Nike - Write the Future


Comercial da Nike para a Copa do Mundo da África 2010, lançado no intervalo da final da Champions League. Já é case.


sábado, 22 de maio de 2010

Tecnologia + Marketing - Realidade Aumentada - Bradesco Iphone 3GS


Hora de quebrar paradigmas e entender a tua vida num futuro muito próximo.

Realidade Aumentada é definida usualmente como a sobreposição de objetos virtuais tridimensionais, gerados por computador, com um ambiente real, por meio de algum dispositivo tecnológico. Entretanto, esta conceituação é muito geral e só fica clara com sua inserção em um contexto mais amplo: o da Realidade Misturada.

A Realidade Misturada, misturando o real com o virtual, abrange duas possibilidades: a Realidade Aumentada, cujo ambiente predominante é o mundo real, e a Virtualidade Aumentada, cujo ambiente predominante é o mundo virtual.  Pode-se dizer, então, que a Realidade Aumentada é uma particularização da Realidade Misturada. A Figura 1 apresenta o diagrama adaptado de realidade/virtualidade contínua, mostrando as possibilidades gradativas de sobreposição do real com o virtual e vice-versa.


A Realidade Aumentada proporciona ao usuário uma interação segura, sem necessidade de treinamento, uma vez que ele pode trazer para o seu ambiente real objetos virtuais, incrementando e aumentando a visão que ele tem do mundo real.  Isto é obtido, através de técnicas de visão computacional e de computação gráfica/realidade virtual, resultando na sobreposição de objetos virtuais com o mundo real.

Além de permitir que objetos virtuais possam ser introduzidos em ambientes reais, a Realidade Aumentada proporciona também, ao usuário, o manuseio desses objetos com as próprias mãos, possibilitando uma interação atrativa e motivadora com o ambiente.

No entanto, para que os objetos virtuais façam parte do ambiente real e sejam manuseados, deve-se utilizar um software com capacidade de visão do ambiente real e de posicionamento dos objetos virtuais, além de acionar dispositivos tecnológicos apropriados para Realidade Aumentada.

Apesar de grande parte dos dispositivos utilizados em um ambiente de Realidade Virtual poderem ser utilizados em ambientes de Realidade Aumentada, existem casos onde é necessário que haja algumas adaptações. Por conseguinte, as principais diferenças encontradas entre esses dispositivos tecnológicos estão situadas nos displays e rastreadores.


Vídeo explicando o conceito



Case de Realidade Aumentada pelo Bradesco para Iphone 3G

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Marketing - Absolut Vodka - Marketing em Garrafa


O segmento de vodka sofreu um baque em 1979. Este foi o ano em que a Absolut entrou no mercado americano para depois ganhar o mundo. Criada por Lars Olsson Smith, na Suécia, um século antes, a marca só chegou ao Brasil no final da década de 1990, em pequenas quantidades. Na verdade, este é o modelo de distribuição adotado pela Pernod Ricard Brasil, que adicionou a bebida ao seu portfólio em 2008 ao pagar € 5,63 bilhões à fabricante sueca Vin & Spirit, até então dona da marca.



Independente do seu sabor, o que chama a atenção nesta bebida é a embalagem. Além do produto original e das edições limitadas, a Absolut oferece oito sabores diferentes da vodka e cada uma delas é apresentada em uma garrafa diferente e atraente. Desde a entrada da marca no país, o objetivo era construir uma história baseada em qualidade e cuidado nas ações de Marketing para evitar que ela explodisse de forma descontrolada nos pontos-de-venda.
As peculiaridades da vodka premium da Pernod Ricard vão além das embalagens e da destilação. Na fábrica sueca, todas as garrafas, antes de receberem o produto, são lavadas por um líquido especial que garante a qualidade da bebida. Para Absolut, o foco das estratégias de Marketing no ponto-de-venda, hoje, migrou para os pontos de dose, que são bares, boates e festas que reúnem os jovens consumidores do produto.
Marketing em garrafa
As opções de sabores vão desde Frutas Cítricas até a versão super premium da vodka, a 100, passando por Baunilha, Citron, Mandrin, Peppar, Mango e Apeach. Tudo isto fez da embalagem de Absolut um ícone e um dos componentes do mix de um dos produtos mais admirados por consumidores do mundo todo.


Um exemplo compatível é a Coca-Cola. “Poucas marcas atingiram este status em termos de embalagens. Pela silhueta da garrafa, o consumidor sabe que é Absolut”, aponta João Rozário (foto), Gerente de Grupo das marcas Trendy da Pernod Ricard Brasil e responsável por Absolut no Brasil, em entrevista ao Mundo do Marketing. 
Apesar do sucesso das garrafas, não é fácil encontrar Absolut por aqui. A estratégia de distribuição do produto, desde que a marca entrou no portfólio da Pernod Ricard, em 2008, é voltada para o varejo e os pontos de dose - o mais importante e o principal canal de desenvolvimento da imagem da marca.
Absolut no Brasil
No Brasil, o consumo da vodka tanto em casas noturnas quanto em redes de varejo ganha importância na estratégia mundial da marca. Tanto é que os bares, clubes e boates brasileiros em que a Absolut está presente respondem por um dos 10 maiores mercados da vodka no mundo. O motivo deste sucesso está diretamente ligado às ações inovadoras e aos lançamentos de packs e edições limitadas, o que acarreta em um valor adicional para as vendas.
As ações variam no ponto-de-venda. A principal delas em 2009 foi uma degustação de diferentes drinks feitos com as opções da vodka nas gôndolas. Ao comprar a opção favorita após a experimentação, o consumidor ganhava um kit para criar o drink em casa. Outro lançamento que deu o que falar foi a Absolut Rock Edition (foto). O produto foi desenvolvido em parceria com a Ellus que, em contrapartida, deu origem à coleção Ellus Absolut Rock.
Mesmo no verão - período em que as bebidas geladas ganham a preferência - a vodka premium fez barulho. A Absolut Pop Up foi lançada e, mais uma vez, apresentou novidades em sua embalagem, com uma caixa que se transforma em um mini bar que pode ser decorado. “O consumidor de Absolut é também colecionador e gosta deste diferencial”, diz o Gerente de Grupo das marcas Trendy da Pernod Ricard Brasil.
Fonte: Thiago Terra, do Mundo do Marketing 

BM Shows - Cat Power - 20.05.10



 Crazy Beautiful

Uma caneca de chá e um copo de scotch. Deixa os copos no canto direito do palco. Em movimentos lentos e harmônicos, um leve balanço pra um lado, pro outro, mãos para trás, a bela artista indie/low profile entra no palco e se espanta com a saudação do público. Sorriso aberto e fácil,  completamente conectada com o que sabe fazer por natureza, uma simplicidade encantadora. E sim, uma voz inconfundível, sussurrada e aveludada, que sai falada sem esforço.

Acompanhada apenas por um teclado e uma guitarra, Cat Power fez um show introspectivo com músicas que deixavam a qualidade solo da sua voz inegável. Melodias românticas e sobre a vida seguraram toda a sábia platéia até a última nota, e na demora em conseguir deixar o palco, entre reverências ao público e um carisma único, Cat Power deixa saudade.
Don't Explain




Metal Heart



Angelitos Negros

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Livros / Ensaios - A fragilidade dos laços humanos - Zygmunt Bauman



O título do livro do sociólogo polonês Zigmunt Bauman é sugestivo e, sobretudo, apropriado para um sentimento que não se submete docilmente a definições. Professor emérito de sociologia nas Universidades de Varsóvia e de Leeds, na Inglaterra, ele tem vários livros traduzidos para o português, e o tema recorrente em sua obra são os vínculos sociais possíveis no mundo atual, neste tempo que se convencionou denominar de pós-modernidade.
A noção de liquidez, quando se refere às relações humanas, tem um sentido inverso ao empregado nas relações bancárias, a disponibilidade de recursos financeiros. A liquidez de quem tem uma conta polpuda no banco, acessível a partir de um comando eletrônico é capaz de tornar qualquer desejo uma realidade concreta. É um atributo potencializador. O amor líquido, ao contrário, é a sensação de bolsos vazios.



É preciso deixar claro que Bauman não se propõe a indicar ao leitor fórmulas de como obter sucesso nas conquistas amorosas, nem como mantê-las atraentes ao longo do tempo, muito menos como preservá-las dos possíveis, e às vezes inevitáveis, desgastes no decorrer da vida a dois. Não há como assegurar conforto num encontro de amor, nem garantias de invulnerabilidade diante das apostas perdidas, nunca houve. Quem vende propostas de baixo risco são comerciantes de mercadorias falsificadas.

A área de estudo principal de Bauman é a sociologia, o campo do pensamento que vai ser o ponto de partida e o foco fundamental do retrato sobre a urgência de viver um relacionamento plenamente satisfatório dos cidadãos pós-modernos. Digamos que as dificuldades vividas por um casal refletem o estilo que uma comunidade mais ampla estabelece como padrão aceitável de relacionamento entre seus vizinhos, entre os que habitam um espaço comum. Bauman é realista. Sabe que “nenhuma união de corpos pode, por mais que se tente, escapar à moldura social e cortar todas as conexões com outras facetas da existência social”. Portanto, partindo do seu campo específico de estudo, ele faz uma radiografia das agruras sofridas pelos homens e mulheres que têm que estabelecer suas parcerias no mundo globalizado.

Mundo que ele identifica como líquido, em que as relações se estabelecem com extraordinária fluidez, que se movem e escorrem sem muitos obstáculos, marcadas pela ausência de peso, em constante e frenético movimento. Em seus livros anteriores, já traduzidos e disponíveis para o leitor brasileiro, Bauman defende a idéia de que esse processo de liquefação dos laços sociais não é um desvio de rota na história da civilização ocidental, mas uma proposta contida na própria instauração da modernidade. A globalização, palavra onde estão contidos os prós e os contras da vida contemporânea e suas conseqüências políticas e sociais, pode ser um conceito meio difuso, mas ninguém fica imune aos seus efeitos. A rapidez da troca de informações e as respostas imediatas que esse intercâmbio acarreta nas decisões diárias; qualidades e produtos que ficam obsoletos antes do prazo de vencimento; a incerteza radicalizada em todos os campos da interação humana; a falta de padrões reguladores precisos e duradores; são evidências compartilhadas por todos os que estão neste barco do mundo pós-moderno. Se esse é o pano de fundo do momento, ele vai imprimir sua marca em todos as possibilidades da experiência, inclusive nos relacionamentos amorosos. O sociólogo Zygmunt Bauman mostra como o amor também passa a ser vivenciado de uma maneira mais insegura, com dúvidas acrescidas à já irresistível e temerária atração de se unir ao outro. Nunca houve tanta liberdade na escolha de parceiros, nem tanta variedade de modelos de relacionamentos, e, no entanto, nunca os casais se sentiram tão ansiosos e prontos para rever, ou reverter o rumo da relação.

O apelo por fazer escolhas que possam num espaço muito curto de tempo serem trocadas por outras mais atualizadas e mais promissoras, não apenas orientam as decisões de compra num mercado abundante de produtos novos, mas também parecem comandar o ritmo da busca por parceiros cada vez mais satisfatórios. A ordem do dia nos motiva a entrar em novos relacionamentos sem fechar as portas para outros que possam eventualmente se insinuar com contornos mais atraentes, o que explica o sucesso do que o autor chama de casais semi-separados. Ou então, mais ou menos casados, o que pode ser praticamente a mesma coisa. Não dividir o mesmo espaço, estabelecer os momentos de convívio que preservem a sensação de liberdade, evitar o tédio e os conflitos da vida em comum podem se tornar opções que se configuram como uma saída que promete uma relação com um nível de comprometimento mais fácil de ser rompido. É como procurar um abrigo sem vontade de ocupá-lo por inteiro. A concentração no movimento da busca perde o foco do objeto desejado. Insatisfeitos, mas persistentes, homens e mulheres continuam perseguindo a chance de encontrar a parceria ideal, abrindo novos campos de interação. Daí a popularidade dos pontos de encontros virtuais, muitos são mais visitados que os bares para solteiros, locais físicos e concretos, onde o tête à tête, o olho no olho é o início de um possível encontro. 


Crescem as redes de interatividade mundiais onde a intimidade pode sempre escapar do risco de um comprometimento, porque nada impede o desligar-se. Para desconectar-se basta pressionar uma tecla; sem constrangimentos, sem lamúrias, e sem prejuízos. Num mundo instantâneo, é preciso estar sempre pronto para outra. Não há tempo para o adiamento, para postergar a satisfação do desejo, nem para o seu amadurecimento. É mais prudente uma sucessão de encontros excitantes com momentos doces e leves que não sejam contaminados pelo ardor da paixão, sempre disposta a enveredar por caminhos que aprisionam e ameaçam a prontidão de estar sempre disponível para novas aventuras. Bauman mostra que estamos todos mais propensos às relações descartáveis, a encenar episódios românticos variados, assim como os seriados de televisão e seus personagens com quem se identificam homens e mulheres do mundo inteiro. Seus equívocos amorosos divertem os telespectadores, suas dificuldades e misérias afetivas são acompanhadas com o sorriso de quem sabe que não está sozinho no complicado jogo de esconde-esconde amoroso.

A tecnologia da comunicação proporciona uma quantidade inesgotável de troca de mensagens entre os cidadãos ávidos por relacionar-se. Mas nem sempre os intercâmbios eletrônicos funcionam como um prólogo para conversas mais substanciais, quando os interlocutores estiverem frente a frente. Os habitantes circulando pelas conexões líquidas da pós-modernidade são tagarelas a distância, mas, assim que entram em casa, fecham-se em seus quartos e ligam a televisão.


Zygmunt Bauman explica que hoje “a proximidade não exige mais a contigüidade física; e a contigüidade física não determina mais a proximidade”. Mas ele reconhece que “seria tolo e irresponsável culpar as engenhocas eletrônicas pelo lento, mas constante recuo da proximidade contínua, pessoal, direta, face a face, multifacetada e multiuso”. As relações humanas dispõem hoje de mecanismos tecnológicos e de um consenso capaz de torná-las mais frouxas, menos restritivas. É preciso se ligar, mas é imprescindível cortar a dependência, deve-se amar, porém sem muitas expectativas, pois elas podem rapidamente transformar um bom namoro num sufoco, numa prisão. Um relacionamento intenso pode deixar a vida um inferno, contudo, nunca houve tanta procura em relacionar-se. Bauman vê homens e mulheres presos numa trincheira sem saber como sair dela, e, o que é ainda mais dramático, sem reconhecer com clareza se querem sair ou permanecer nela. Por isso movimentam-se em várias direções, entram e saem de casos amorosos com a esperança mantida às custas de um esforço considerável, tentando acreditar que o próximo passo será o melhor. A conclusão não pode ser outra: “a solidão por trás da porta fechada de um quarto com um telefone celular à mão pode parecer uma condição menos arriscada e mais segura do que compartilhar um terreno doméstico comum”.


Amor líquido – sobre a fragilidade dos laços humanos, de Zigmunt Bauman, mostra-nos que hoje estamos mais bem aparelhados para disfarçar um medo antigo. A sociedade neoliberal, pós-moderna, líquida, para usar o adjetivo escolhido pelo autor, e perfeitamente ajustado para definir a atualidade, teme o que em qualquer período da trajetória humana sempre foi vivido como uma ameaça: o desejo e o amor por outra pessoa.



O mais recente título do sociólogo polonês, que recebeu os prêmios Amalfi (em 1989, pelo livro Modernidade e Holocausto), e Adorno (em 1998, pelo conjunto de sua obra), é uma leitura precisa e eloqüente, um convite a uma reflexão aberta não apenas aos estudantes e interessados em trabalhos acadêmicos. O seu texto claro, apesar de fortemente estruturado numa erudição consistente, não deixa de abrir espaço para o leitor comum, interessado em compreender como as estruturas sociais e econômicas dos tempos atuais, tentam dar conta da complexidade do amor que, com a permissão de citá-lo mais uma vez, é “uma hipoteca baseada num futuro incerto e inescrutável”.



 Gioconda Bordon
http://www.digestivocultural.com